O Órgão da Basílica

A Basílica Nossa Senhora do Carmo possui um órgão de tubos construído em 1953 pela firma italiana Tamburini, da cidade de Crema, Itália. Foi encomendado pelo Monsenhor Lázaro Mütschelle em obediência às exigências litúrgicas pontificais do período, que previam que todo templo católico deveria possuir um órgão de tubos. Se isso não fosse possível por razões econômicas, o harmônio (espécie de órgão sem tubos, com mecanismo semelhante ao acordeón) seria “tolerado”. Tal norma deixou de vigorar depois do Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965), quando admitiu-se na liturgia católica outros instrumentos que não o órgão.
O instrumento da Basílica possui dois teclados manuais (para serem tocados pelas mãos) e um teclado pedal (para ser tocado pelos pés). Possui ainda 15 registros, ou seja, 15 “cores” sonoras que podem ser combinadas entre si, produzindo outros resultados sonoros. Em seu interior estão aproximadamente 936 tubos de diferentes tamanhos, variando entre 2,70m e  10cm.




           Em um órgão, o som é produzido pela passagem de uma corrente de ar (vento)  através de um tubo oco, sendo que cada tubo produz apenas uma nota musical. Quanto maior o tubo, mais grave o som produzido. Quanto menor o tubo, mais agudo o som produzido. 
Modernamente, um órgão de tubos funciona da seguinte forma: um motor elétrico aciona uma ventoinha, que sopra o ar para dentro de um reservatório de couro, ou fole. Esse fole comunica-se com reservatórios de madeira chamados someiros, sobre os quais estão instalados os tubos. Cada tubo produz somente uma única nota musical. Dentro do someiros existem várias válvulas, uma para cada tubo, que comunicam-se com as teclas por intermédio de um aparato mecânico ou eletromagnético denominado de tração. Quando o organista pressiona uma tecla, o sistema de tração ordena que a válvula sob o tubo se abra, permitindo então que o ar armazenado no someiro atravesse o tubo. Assim que a corrente de ar penetra o tubo, ela choca-se com uma fenda (ou lábio) na parte fronteiriça do mesmo. Esse choque põe a coluna de ar no interior do tubo a vibrar, fazendo então com que o tubo soe.
Um órgão possui muitas dezenas de tubos, reunidos em grupos que denominamos “registros”. Cada grupo, ou registro, é capaz de emitir sons com distintas características sonoras. Assim, determinados registros podem produzir sons aveludados, enquanto outros produzem sons incisivos; outros ainda produzem sons brilhantes, enquanto outros produzem sons velados. Essas diferenciações são conseguidas devido à forma, ao material e ao tamanho com que os tubos são construídos. Cabe ao organista, como artista, saber combinar essas diferentes características sonoras de acordo com a obra que ele irá executar, de modo a torná-la expressiva e clara. Uma comparação útil é imaginar o órgão como uma paleta de cores sonoras à disposição do organista, que no caso seria como um pintor que irá combinar as cores de acordo com o que ele vai “pintar”, usando mais luz ou mais sombra.

Embora existam órgãos de somente um teclado, normalmente um órgão possui dois ou mais teclados, havendo aqueles que chegam a ter até seis. Cada teclado reúne um certo tipo de registro, o que lhe confere uma dada peculiaridade. Há ainda, em quase todos os órgãos, um teclado para ser tocado pelos pés, denominado de pedaleira. Trata-se de um teclado que reúne os registros de sonoridade grave e encorpada, que servem na maioria das vezes de “alicerces” para a construção musical das peças organísticas.
O órgão da Basílica Nossa Senhora do Carmo possui os seguintes resgistros:

I Manual:                       II Manual:                       Pedal:
Principale 8'                   Viola Celeste 8'              Subbasso 16'
Dolce 8'                         Viola 8'                          Basso 8'
Bourdon 8'                     Flauta Ottava 8'             Bourdon 8'
Ottava 4'                        Flauta Harmonica 4'      Campane
Mixtura 5f                      Decimaquinta XII
Unda Maris 8'                Oboe combinato 8'
                                      Campane

 I/II 8’               I/II 4’               I/II 16’             I/4’                  II/16’
             I/ped 8’           I/ped 4’           I/ped 16’         II/4’
             II/ped 8’          II/ped 4’          II/ped 16’        I/16’
             Tração elétrica