Um pouco de História
Preconizam os documentos pontificais que um templo, para receber o título
de Basílica, deve possuir um coro titular e que este possa manter a tradição
musical católica. Assim, através de uma iniciativa do Cônego Pedro Cipolini, em
2009 foi organizado o Coral Vozes do Carmo em torno da sonoridade do órgão
Tamburini. Este grupo tem como função solenizar as liturgias da Basílica, porém
sem substituir o canto comunitário. As atividades do coro iniciaram-se em
setembro de 2009. Sua regência está a cargo do organista Júlio Amstalden. O
Coral Vozes do Carmo atua duas vezes por mês nas missas dominicais da Basílica,
bem como nas solenidades ao longo do ano litúrgico. Seu coordenador é o senhor
Sebastião Ximenes.
O canto coral é uma modalidade de música que tem suas origens na Igreja
Católica na Idade Média. Neste período, a música praticada nos templos era o
cantochão (ou gregoriano, como hoje é popularmente conhecido). Músicos das
grandes catedrais costumavam sobrepor melodias independentes sobre um
determinado trecho de um cantochão, obtendo estruturas musicais mais volumosas
e impactantes do que as simples melodias cantadas em uníssono. Esta forma
musical reunia muitos cantores e era conhecida como organa. A Catedral de Notre Dame de Paris foi um grande centro
cultor e divulgador dessa modalidade, que caiu no gosto dos fiéis.
Tal prática em muito influenciou e determinou o avanço da organização da
teoria musical. Com o correr dos séculos, o organa
se desenvolveu e se refinou até chegar a formas mais ordenadas de estruturação,
de modo a proporcionar o surgimento do moderno canto coral.
Pelo motivo de ter sido o seu berço, a Igreja Católica sempre utilizou o
canto coral. No Brasil, essa tradição chegou com os colonizadores portugueses,
de modo que até o início da década de 1960 toda paróquia possuía seu coro a
quatro vozes e muitos brasileiros tomavam contato com a Música através dos
coros paroquiais. A situação mudou após o Concílio Ecumênico Vaticano II
(1962-1965), quando praticamente todos os coros litúrgicos foram
equivocadamente abolidos no Brasil. O Concílio pedia uma adaptação dos coros à
liturgia renovada, orientada pela participação ativa das assembléias no rito,
mas no Brasil tal orientação foi erroneamente interpretada como extinção dos coros
para favorecer o canto dos fiéis.
Os coros estiveram ausentes da Igreja Católica no Brasil por quase 50
anos. Aos poucos temos assistido um reinteresse nessa prática, com o retorno
gradual dos coros nos cenários litúrgicos do país, devidamente orientados pelas
diretrizes conciliares É dentro deste contexto que o Coral Vozes do Carmo foi
criado e tem atuado.
O coral ensaia aos sábados, das 09h00 às 11h30, na própria Basílica.
Interessados em participar do coral podem procurar a secretaria da Basílica.
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